Embora a lecitina seja um ingrediente popular na indústria cosmética, seus efeitos na pele oleosa levaram à busca de opções que pudessem substituí-la adequadamente.
Sua propriedade emoliente e hidratante explica sua incorporação em fórmulas destinadas a suavizar e hidratar a pele. No entanto, à medida que as pessoas foram entendendo mais sobre diferentes tipos de pele, chegou-se à constatação de que a lecitina não é a opção mais apropriada para quem tem pele oleosa. Isso porque ela pode favorecer a oleosidade e contribuir para a obstrução dos poros.
Em um contexto de grandes avanços na indústria cosmética atual, a pele oleosa continua sendo uma das principais preocupações quando se fala em desenvolvimento de produtos cosméticos. Isso reflete o interesse constante dos consumidores nas questões específicas desse tipo de pele. Por exemplo, 66% das mulheres com idade entre 16 e 34 anos apontam a oleosidade como motivo de preocupação no que diz respeito aos cuidados com a pele do rosto (Brasil, 2023).
Dados como esse reforçam a necessidade do setor cosmético de encontrar ingredientes eficazes no cuidado e na hidratação da pele oleosa, sem perder de vista a importância da respiração e proteção da textura epidérmica.
À medida que a indústria cosmética segue evoluindo, a busca por alternativas à lecitina revela que ingredientes naturais como o óleo de semente de uva se destacam nesse sentido, permitindo que as marcas atuem na interseção entre ingredientes eficazes e beleza natural e limpa.
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Lecitina: o que é e para que serve?
A lecitina é uma substância natural encontrada em tecidos vegetais e animais, como gema de ovo e soja. Feita de uma mistura complexa de fosfolipídios (componentes essenciais das membranas celulares), é um ingrediente muito usado na produção de cosméticos devido à sua propriedade emoliente, emulsificante e hidratante.
Proveniente de ingredientes naturais, como soja, sementes de girassol e gema de ovo, a lecitina traz vários benefícios para as formulações cosméticas:
- Ajuda a amaciar e hidratar a pele: a lecitina é um umectante natural que ajuda a atrair e reter a umidade na pele. Ela forma uma barreira protetora na superfície cutânea, evitando a perda de umidade e mantendo a pele hidratada e macia, além de melhorar sua textura e aparência.
- Emulsificação: a lecitina atua como um emulsificante natural, unindo ingredientes à base de óleo e água nas formulações.
- Melhora a distribuição de ingredientes ativos: otimiza a absorção de outros ingredientes ativos nas camadas mais profundas da pele.
- Contribui para a estabilidade geral e o bom desempenho das formulações cosméticas.
- Melhora a textura dos produtos.
Assim, a lecitina é usada como ingrediente emoliente e oclusivo, ideal para pele ou lábios extremamente secos, auxiliando na reparação da barreira de proteção de ambos. Além disso, atua como um umectante — atributo raro entre os ingredientes solúveis em óleo —, contribuindo também para a consistência cremosa dos produtos anidros para os lábios, sem falar na sua propriedade antioxidante.
Por que ela não é recomendada para fórmulas destinadas à pele oleosa?
Ainda que a lecitina represente um ingrediente versátil para a indústria cosmética e seja uma boa opção para a pele seca, é preciso encontrar alternativas adequadas que atendam às necessidades específicas da pele oleosa.
Isso porque a lecitina pode intensificar certos problemas relacionados à oleosidade da pele. Pessoas com pele oleosa podem sentir que os produtos que contêm lecitina contribuem para uma sensação gordurosa ou excessivamente hidratada na superfície cutânea.
Além disso, algumas formulações de lecitina podem ser comedogênicas, obstruindo os poros e causando acnes — dois problemas adicionais para quem tem pele oleosa.
Assim, o ideal é que as fórmulas de um hidratante e emoliente perfeitos para a pele oleosa sejam leves e não comedogênicas, proporcionando hidratação sem deixar resíduos gordurosos.
Óleo de semente de uva: o melhor substituto da lecitina
O óleo de semente de uva é uma excelente alternativa enquanto hidratante e emoliente para fórmulas voltadas à pele oleosa, sendo o substituto perfeito da lecitina para marcas de cosméticos naturais e limpos.
Originário da videira (Vitis vinifera L), o óleo de semente de uva apresenta uma alta capacidade de hidratação, combinada com um baixo índice comedogênico. Em outras palavras, é um hidratante leve e de fácil absorção, que hidrata a pele e ajuda a regular a oleosidade.
Além disso, sua propriedade reparadora da barreira da pele faz com que o óleo de semente de uva se destaque entre as opções naturais de hidratante e também no que diz respeito aos cuidados cada vez mais disseminados da barreira cutânea. Isso se deve ao seu alto teor de ácido oleico e ácido linoleico — dois ácidos graxos essenciais (AGE), diretamente responsáveis por promover a elasticidade da pele e o funcionamento saudável da barreira epidérmica, além de prevenir a perda de água transepidérmica e determinados distúrbios cutâneos, como pele seca ou dermatite.
Nesse sentido, vários testes clínicos demonstram que as aplicações locais do ácido linoleico presente no óleo de semente de uva acalmam a pele e reduzem a perda de água transepidérmica (Wright S., 1991, Conti A. et al.,1995 e Jiménez-Arnau A., 1997).
Além da sua função reparadora da pele, também vale destacar seu papel antimicrobiano, que proporciona um efeito desinfetante e purificador para formulações voltadas ao tratamento da oleosidade.
Portanto, o óleo de semente de uva se mostra como uma alternativa perfeita à lecitina para formulações que buscam um ingrediente de textura leve e não comedogênico e que atua, ao mesmo tempo, como um hidratante efetivo. Ou seja, trata-se de um ingrediente versátil com benefícios excepcionais para a pele oleosa e que vai ao encontro do interesse crescente dos consumidores por produtos naturais.
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